Madeira 17-17,5/20 ou 92-94/100 pts 0.5l

O Madeira é um vinho forticado produzido na região demarcada da Madeira, de aromas envolventes de baunilha, caramelo, frutos secos, figos passados, canela, café, toffee, numa brilhante acidez fresca, um sabor único. As castas nobres utilizadas são: Sercial, Boal, Verdelho e Malvasia. Nos secos destaca-se a Sercial, ideal como aperitivo, leve, muito perfumado e de cor clara. O Verdelho, é delicado, bastante perfumado e de cor dourada, é o mais indicado para acompanhar refeições. O Boal sendo meio-doce, suave, nobre, aveludado e de cor dourada escura, é mais recomendada para assados e a sobremesas. Entre refeições ou à sobremesa a Malvasia é irresistível, um vinho doce, encorpado de perfume intenso e cor vermelha. No entanto estas 4 castas apenas representam cerca de 10% da vinha da Madeira. Entre outras castas recomendadas e autorizadas a Tinta Negra Mole, uma uva preta é o cavalo de batalha da Madeira já que ganhou fama de fraca qualidade injustamente. Esta variedade foi sempre a mais usada no vinho Madeira principalmente nos vinhos Madeira de 3 anos.
Todas estas castas foram levadas do continente para a Ilha da Madeira com exceção da Malvasia. A Malvasia de São-Jorge produz vinhos doces, sendo entre os Madeiras, os que apresentam maior riqueza.
Apreciado em todo o mundo, este requintado vinho é um dos ex-líbris da Ilha da Madeira que depressa ganhou fama e prestigio pelo mundo fora.
Ao nível da qualidade e estilo, na base estão os Madeira de 3 anos (classificados pela doçura) a seguir os Madeira envelhecidos entre 5 a 50 anos, os de Colheita que são vinhos Vintage mas lançados mais cedo no mercado, uma categoria que tem ganho importância. Os Vintage são o pináculo da qualidade nos Madeira, sendo os de maior valor e os que têm mais anos de envelhecimento.
Os melhores exemplares podem durar indefinidamente. 

Uma vez aberto um Madeira pode durar bastante tempo, até cerca de um ano, em boas condições pois é resistente à oxidação, devido ao processo de envelhecimento.

Registos históricos demonstram que 25 anos após o início da colonização (1419), as exportações de Vinho Madeira eram já uma realidade. A primeira casta a ser introduzida na Madeira, foi a Malvasia Cândida, vinda da ilha grega de Cândia, sempre atenciosamente tratada, pois tornava os vinhos Madeira muito apreciados. No Séc. XVII, introduz-se a casta Tinta Negra e é neste período da expansão portuguesa que o vinho da Madeira adquire a sua essência, exportado em barcos, ficando sujeito a inúmeras variações de temperatura até chegar ao destino. Uma vez retornado à Madeira, verificava-se que o vinho que sobrava apresentava-se muito mais aromático, com novo sabor e melhor qualidade. Assim a partir de 1730, os barris de Madeira passaram a ser enviados em longas viagens com o objetivo de apurar as qualidades do vinho. No início do século XIX, os produtores do Madeira já tinham forma de reproduzir os fenómenos de aquecimento e arrefecimento a que os vinhos eram sujeitos em alto mar, através da “estufagem” e do “canteiro” processos utilizados a fim de melhorar as qualidades do Madeira.
O vinho Madeira ganha reputação internacional no séc. XVIII e  XIX, chegando a ser o vinho mais caro e apreciado do mundo. Escolhido para celebrar a Independência dos EUA, em 1776, elogiado por Shakespeare, apreciado por reis, príncipes e exploradores. Considerado um dos vinhos de maior requinte nas cortes europeias, chegava a rivalizar com o vinho do Porto na corte Inglesa. Era o vinho favorito para celebrações.
Este “tesouro” de caracteristicas únicas  deve a sua existência a um ritual de vindima que é fruto de muito esforço humano, ao solo basáltico, ao clima ameno e às castas nobres usadas e plantadas na sua maioria em pérgolas dado o declive do terreno, um desafio imenso só possivel pela posição estratégica da Ilha nas rotas do comércio dos descobrimentos portugueses, criando desde esse tempo um forte mercado para este vinho.